A utilização de tecnologias sustentáveis e inteligentes tem avançado cada vez mais na região amazônica. Um dos destaques mais recentes é o lançamento de um barco autônomo com inteligência artificial que tem como objetivo monitorar em tempo real a qualidade da água no rio Xingu, nas imediações da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. Financiado pela empresa Norte Energia, esse projeto de inovação busca transformar a forma como são realizadas coletas ambientais em áreas remotas da floresta, promovendo uma gestão hídrica mais eficiente e segura.
O barco autônomo com inteligência artificial está sendo testado em campo e já mostra resultados promissores. Com funcionamento movido a energia solar, a embarcação foi projetada para navegar de forma independente por rotas previamente definidas. Ao longo do percurso, ela realiza coletas de dados ambientais em pontos estratégicos do rio, possibilitando o monitoramento constante da qualidade da água. Esses dados são transmitidos em tempo real via satélite para uma plataforma dotada de inteligência artificial, que realiza análises automatizadas e preditivas.
Entre os principais diferenciais do barco autônomo com inteligência artificial está a sua capacidade de operar em condições climáticas adversas e locais de difícil acesso, sem a necessidade da presença de equipes humanas no local. Isso não apenas garante maior segurança aos técnicos envolvidos, como também reduz consideravelmente os custos logísticos. O projeto é fruto de uma colaboração entre a Fundação CERTI, a USSV Tecnologia Autônoma e o Instituto CERTI Amazônia, com regulação da Agência Nacional de Energia Elétrica.
A estrutura do barco autônomo com inteligência artificial é composta por três baterias de lítio que são recarregadas por meio de doze painéis solares de alta potência. Esse sistema garante uma autonomia de até 20 horas de navegação contínua, o que permite o monitoramento de uma área de até 500 quilômetros quadrados. A eliminação do uso de combustíveis fósseis também representa um grande avanço ambiental, alinhando-se com os princípios de sustentabilidade e transição energética defendidos pelo projeto.
Além da tecnologia embarcada, o projeto do barco autônomo com inteligência artificial também incorpora uma sonda multiparamétrica que mede variáveis como turbidez, temperatura, pH e níveis de oxigênio dissolvido. Essas informações são processadas na nuvem, utilizando algoritmos inteligentes que permitem prever alterações na qualidade da água. Essa abordagem elimina a dependência de análises laboratoriais demoradas, oferecendo uma solução moderna, rápida e precisa para a gestão ambiental na região amazônica.
O investimento de aproximadamente 4 milhões de reais por parte da Norte Energia no barco autônomo com inteligência artificial demonstra o comprometimento da empresa com práticas ambientais sustentáveis. A ideia é que essa tecnologia possa ser aplicada futuramente em outras hidrelétricas da Amazônia, ampliando a cobertura de monitoramento ambiental na região. Com isso, será possível garantir um maior controle sobre os impactos das grandes obras de infraestrutura nos ecossistemas fluviais.
O barco autônomo com inteligência artificial representa uma nova era para o monitoramento ambiental na Amazônia. A automação, combinada ao uso de energias limpas e à inteligência computacional, inaugura um modelo de vigilância ecológica mais eficiente e alinhado aos desafios do século XXI. A iniciativa também destaca o papel essencial da inovação tecnológica na preservação dos recursos naturais, especialmente em áreas de difícil acesso como a bacia do Xingu.
Com a previsão de entrar em operação assistida no segundo semestre de 2025, o barco autônomo com inteligência artificial reforça a importância de investir em soluções tecnológicas para garantir o desenvolvimento sustentável da Amazônia. A experiência adquirida nesse projeto poderá servir de referência para políticas públicas e ações privadas voltadas à proteção da biodiversidade e à mitigação dos impactos causados por grandes empreendimentos energéticos. Trata-se de um passo significativo rumo a uma convivência mais harmoniosa entre progresso e preservação ambiental.
Autor: Jenff Adyarus