Após sete anos navegando pelos quatro cantos do planeta, os irmãos brasileiros Celso Pereira Neto e Lucas Faraco Pereira finalmente retornam ao Brasil a bordo do veleiro Katoosh, embarcação que se tornou símbolo de liberdade, superação e conexão com o oceano. A volta ao mundo no veleiro Katoosh começou em março de 2018, quando os jovens zarparam de Ubatuba, litoral norte de São Paulo, com o sonho de concluir uma jornada iniciada por seus pais décadas antes. A chegada marcada para este sábado (17) no Saco da Ribeira promete ser um marco não apenas pessoal, mas também para os milhares de seguidores que acompanharam cada milha da aventura nas redes sociais.
A história por trás da volta ao mundo no veleiro Katoosh começa ainda nos anos 1990, quando os pais dos irmãos decidiram trocar a vida em terra por um barco-moradia. Foi nessa embarcação, projetada para longas navegações, que Neto e Lucas cresceram e desenvolveram o amor pela vida no mar. O nome Katoosh é uma homenagem à cadelinha de estimação da família, Katusha. Desde cedo, o casal sonhava com uma grande viagem ao redor do mundo, e esse desejo foi herdado pelos filhos. Mesmo após se afastarem temporariamente da rotina náutica para cursar a universidade, os irmãos logo voltaram ao mar, decididos a dar continuidade à missão familiar.
A volta ao mundo no veleiro Katoosh foi dividida em duas grandes etapas, começando pela travessia do Atlântico até a Europa e retornando ao Caribe. Posteriormente, os irmãos seguiram viagem passando pelo Canal do Panamá rumo à volta completa ao globo. Durante o percurso, enfrentaram diversos desafios, como a colisão com uma baleia que danificou o leme e os deixou à deriva por três dias na Polinésia Francesa. Ainda na região, a pandemia forçou um isolamento inesperado de três anos, tempo em que os irmãos navegaram entre ilhas remotas sem contato com turistas ou grandes centros urbanos.
Mesmo com dificuldades financeiras no início, os irmãos conseguiram financiar a volta ao mundo no veleiro Katoosh através da criação de conteúdo digital. Compartilhando vídeos, fotos e relatos nas redes sociais, construíram uma comunidade engajada de mais de 1 milhão de seguidores. Esse apoio foi fundamental para cobrir os custos da viagem, que originalmente estava planejada para durar três anos. O imprevisto da pandemia prolongou a jornada, mas também proporcionou experiências únicas que marcaram profundamente a trajetória dos navegadores brasileiros.
Durante a volta ao mundo no veleiro Katoosh, os irmãos visitaram 52 países, explorando desde pontos turísticos tradicionais até comunidades completamente isoladas. Uma das experiências mais marcantes foi o contato com uma ilha em Papua-Nova Guiné onde os habitantes estavam sem contato com o mundo exterior há anos. As histórias vividas e compartilhadas ao longo do caminho transformaram o Katoosh em muito mais do que um barco. Tornou-se símbolo de resistência, adaptabilidade e sonho realizado, sendo reconhecido nacionalmente como referência em expedições marítimas brasileiras.
O retorno ao Brasil será comemorado em grande estilo com eventos organizados em Ubatuba, incluindo uma recepção no Saco da Ribeira, uma festa no Café de La Musique e um encontro com apoiadores na Praia Vermelha do Norte. A volta ao mundo no veleiro Katoosh, além de consagrar a trajetória dos irmãos, reacende o interesse por aventuras marítimas no país e inspira outras pessoas a explorarem novos horizontes. A recepção calorosa planejada pelos fãs mostra o impacto positivo e motivador que a jornada teve na vida de muitas pessoas.
Apesar de a volta ao mundo no veleiro Katoosh ter chegado ao fim, os irmãos já anunciaram que novos projetos estão sendo planejados. A certeza é de que o mar continuará sendo o cenário principal das próximas etapas de suas vidas. O Katoosh, agora eternizado como personagem principal de uma das maiores aventuras brasileiras contemporâneas, seguirá navegando, levando consigo histórias, aprendizados e o espírito da liberdade que sempre guiou a família Pereira.
A volta ao mundo no veleiro Katoosh é mais do que uma aventura náutica. É a realização de um legado familiar, a superação de limites e a comprovação de que a determinação pode transformar sonhos em realidade. Ao cruzar oceanos, enfrentar tempestades e abraçar o desconhecido, Neto e Lucas não apenas escreveram uma nova página da história marítima brasileira, como também provaram que a coragem de seguir o coração é o maior combustível para qualquer viagem.
Autor: Jenff Adyarus